Yom Kippur - Simbolismo - Parte 2

Yom Kippur - Simbolismo - Parte 2
Hoje em dia não fazemos senão pálida ideia do quão magnífico era tudo o que envolvia o Mishkan (tabernáculo). Cada utensílio de ouro polido, as cortinas, seus personagens, as vestes o serviço, as datas e todo o ambiente do templo, tudo, são profundas e significativas representações de acontecimentos que envolve a vida de cada pessoa, em cada época da história, inclusive de você e de mim.

Vamos viajar no tempo, nesta impressionante descrição:

“Um trono de esplendor, posto bem alto desde o princípio” (Hebreus 1:3, 8), foi o lugar de Seu santuário; “cetro de equidade” e o cetro de Seu reino. Jer.17:12. “Esplendor e Majestade estão ante a Sua face, força e formosura no Seu santuário”. Salmos 96:6.

O Templo fixo no Monte Moriah era chamada de Bayit HaMikdash (Casa Sagrada).
A Tenda móvel que se transportava era chamada de Mishkan.

Foi comunicada a Mehshuah (Moisés), enquanto se achava no monte com Yahuh, esta ordem: “E Me farão um Mishkan (santuário), e habitarei no meio deles” (Êx. 25:8), e foram dadas instruções completas para a construção do Mishkan (tabernáculo).

Dali em diante o povo seria honrado com a presença permanente de seu Rei. “Habitarei no meio dos filhos de Yahshurul (Israel), e lhes serei por Soberano”, “para que pelo esplendor da Minha presença,  sejam sagrados” (Êx. 29:45,43), foi a segurança dada a Mehshuah (Moisés). Como símbolo da autoridade de Yahuh, e incorporação de Sua vontade, foi entregue a Mehshuah (Moisés) uma cópia do Decálogo gravada pelo dedo do próprio Yahuh em duas tabuas de pedra (Deut. 9:10; Êx. 32:15, 16), para que, de maneira sagrada, fosse encerrada no Mishkan (santuário), o qual, depois de feito, deveria ser o centro visível do culto da nação.


O MATERIAL:

“E todo o homem que se achou com azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pelos de cabra, e peles de carneiro tintas de vermelho, e peles de texugos, prata, metais, a trazia por oferta alçada ao Soberano; e todo aquele que se achava com madeira de cetim, a trazia para toda a obra do serviço.
“E todas as mulheres sábias de coração fiavam com as suas mãos, e traziam o fiado, o azul e a púrpura, o carmesim, e o linho fino. E todas as mulheres, cujo coração as moveu o rukha kadosh em sabedoria, fiavam os pelos das cabras. E os príncipes traziam pedras sardônicas, e pedras de engastes para o éfode e para o peitoral, e especiarias, e azeite para a luminária, e para o óleo da unção, e para o incenso aromático”. Êx. 35:23-28.

O Mishkan (tabernáculo) foi construído de tal maneira que podia ser todo desmontado e levado com os israelitas em todas as suas jornadas.
Era, portanto, pequeno, não tendo mais de vinte metros de comprimento, e seis de largura e altura. Contudo, era uma estrutura magnificente. A madeira empregada, era a acácia, menos sujeita a arruinar-se do que qualquer outra que podia se obter no Sinai.

As paredes consistiam em tábuas verticais colocadas em encaixes de prata, e mantidas firmemente por colunas e barras que as ligavam; e todas estavam cobertas de ouro, dando ao edifício a aparência de ouro maciço.
O teto era formado de quatro jogos de cortinas, sendo a mais interior de “linho fino torcido, e azul, púrpura e carmesim; com querubins; as farás de obra esmerada” (Êx. 26:1); as outras três eram respectivamente de pelo de cabras, pele de carneiro tingida de vermelho, e pele de texugo, dispostas de tal maneira que proporcionassem proteção completa.


O edifício era dividido em dois compartimentos por uma rica e linda cortina, suspensa de colunas chapeadas de ouro; e um véu semelhante fechava a entrada ao primeiro compartimento.
Estes véus, como a cobertura interior que formava o teto, eram das mais belas cores, azul, púrpura e escarlata, lindamente dispostas, ao mesmo tempo que trabalhados a fios de ouro e prata, haviam neles querubins para representarem a hoste angélica, que se acha em conexão com o trabalho do Mishkan (santuário) no céu, e são seres que trabalham em favor do povo de Yahuh na Terra.

A tenda sagrada ficava encerrada em um espaço descoberto chamado o pátio, que estava rodeado de cortinas ou anteparos, de linho fino, suspensos de colunas de cobre.


A entrada para este recinto ficava na extremidade oriental. Era fechado com cortinas de custoso material e bela confecção, se bem que inferiores as que estavam do lado do interior do Mishkan (santuário).
Sendo os anteparos do pátio apenas da metade da altura das paredes do Mishkan aproximadamente, o edifício podia ser perfeitamente visto pelo povo do lado de fora.

No pátio, e bem perto da entrada, achava-se o altar de cobre para as ofertas queimadas, ou holocaustos. Sobre este altar eram consumidos todos os sacrifícios feitos com fogo ao Soberano, e as suas pontas eram aspergidas com o sangue expiatório. Entre o altar e a porta do Mishkan (tabernáculo), estava a pia, que também era de cobre, feita dos espelhos que tinham sido ofertas voluntarias das mulheres dentre o povo.

Na pia os kohanim (sacerdotes) deveriam lavar as mãos e os pés sempre que entravam nos compartimentos sagrados ou se aproximavam do altar para oferecerem uma oferta queimada ao Soberano.

LUGAR KADOSH (sagrado):

No primeiro compartimento, ou lugar kadosh (santo), estavam a mesa dos lechem hapanayim (pães da proposição), a menorah (castiçal), e o mizbeah hakeṭoret (altar de incenso) - hebraico: 
מִזְבַּ֥ח הַקְּטֹֽרֶת. A mesa com os lechem hapanayim (pães da proposição) ficava do lado do Norte, com a sua coroa ornamental era ela coberta de ouro puro. Sobre esta mesa os kohanim (sacerdotes) deviam cada shabat colocar doze pães, dispostos em duas colunas, e aspergidos com incenso. Os pães que eram removidos, sendo considerados sagrados, deviam ser comidos pelos kohanim (sacerdotes).

Do lado do Sul estava a menorah (castiçal) de sete ramos, com as suas sete lâmpadas. Seus ramos eram ornamentados com flores artisticamente trabalhadas, semelhantes a lírios, e o todo era feito de uma peça de ouro maciço. Não havendo janelas no Mishkan (tabernáculo), nunca ficavam apagadas todas as lâmpadas, mas espargiam sua luz dia e noite.


Diante do véu que separava o lugar santo (lugar kadosh) do Lugar Kadoshim (santíssimo) e da presença imediata do Soberano, achava-se o áureo Altar de Incenso. Sobre este altar o sacerdote devia queimar incenso todas as manhãs e tardes; suas pontas eram tocadas com o sangue da oferta para o pecado, e era aspergido com sangue no grande Yom kippur (dia da expiação). O fogo neste altar fora aceso pelo próprio Yahuh, e conservado de maneira sagrada. Dia e noite o incenso sagrado difundia sua fragrância pelos compartimentos, e o aroma ia longe, em redor do Mishkan (tabernáculo).


LUGAR KADOSH KADOSHIM

Além do parokhet véu interior estava o Kadosh Kadoshim (santo dos santos), onde se centralizava a cerimonia simbólica da kaparah (expiação) e intercessão, e que formava o elo de ligação entre o Céu e a Terra. Nesse compartimento estava a arca, uma caixa feita de acácia, coberta de ouro por dentro e por fora, e tendo uma coroa de ouro em redor de sua parte superior. Fora feita para ser o receptáculo das tabuas de pedra, sobre as quais o próprio Yahuh escrevera os aseret-ha-Dibrot -Dez Mandamentos. Daí o ser ela chamada a Arca do Testemunho de Yahuh, ou a arca do concerto, visto que os aseret-ha-Dibrot -Dez Mandamentos foram a base do concerto feito entre Yahuh e Yahshurul (Israel).

A cobertura da caixa sagrada chamava-se assento da hachamim (assento da bondade) ou tampa da kaparah ou propiciatório. A tampa era uma peça inteiriça de ouro, com dois querubins de ouro em cima, ficando um de cada lado. Uma asa de cada anjo estendia-se ao alto, enquanto a outra estava fechada sobre o corpo em sinal de reverencia e humildade. Ezeq. 1:11. A posição dos querubins, tendo o rosto voltado um para o outro, e olhando reverentemente abaixo para a arca, representava a reverencia com que a hoste celestial considera os mitzavot - lei de Yahuh, e seu interesse no plano da redenção.

Acima do propiciatório estava o shekhnah, manifestação da presença do Altíssimo; e dentre os querubins, Yahuh tornava conhecida a Sua vontade. Mensagens do céu as vezes eram comunicadas ao sumo sacerdote por uma voz da nuvem. Algumas vezes uma luz caia sobre o anjo a direita, para significar aprovação ou aceitação; ou uma sombra ou nuvem repousava sobre o que ficava ao lado esquerdo, para revelar reprovação ou rejeição.
A lei de Yahuh, encerrada na arca, era a grande regra de justiça e juízo. Aquela lei sentenciava a morte ao transgressor; mas acima da lei estava o propiciatório, sobre o qual se revelava a presença de Yahuh, e do qual, em virtude da obra expiatória, se concedia o
perdão ao pecador arrependido. Assim na obra de Mashyah pela nossa redenção simbolizada pelo ritual do Mishkan (santuário), “a Bondade e a Verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram”. Salmos 85:10.


Nenhuma linguagem pode descrever a esplendor do cenário apresentado dentro do Mishkan (santuário) — as paredes chapeadas de ouro que refletiam a luz do áureo menorah (castiçal), os brilhantes matizes das cortinas ricamente bordadas com seus resplendentes anjos, a mesa e o altar de incenso, brilhante pelo ouro; além do segundo véu, a arca sagrada, com os seus querubins, e acima dela o shekinah sagrado, manifestação visível da presença de Yahuh; tudo não era senão um pálido reflexo dos esplendores do templo de Yahuh no Céu, o grande centro da obra pela redenção do homem.

Aproximadamente meio ano foi ocupado na construção do Mishkan (tabernáculo).
Quando este se completou, Mehshuah (Moisés) examinou toda a obra dos construtores, comparando-a com o modelo a ele mostrado no monte, e com as instruções que de Yahuh recebera. “Como o Soberano a ordenara, assim a fizeram; então Mehshuah (Moisés) os abençoou”. Êxodo 39:43.


Com avido interesse as multidões juntaram-se em redor para ver a estrutura sagrada. Enquanto estavam a contemplar aquela cena com satisfação reverente, a coluna de nuvem pairou sobre o Mishkan (santuário) e, descendo, envolveu-o. “E a esplendor do Soberano encheu o Mishkan (tabernáculo) ”. Êxodo 40:34. Houve uma revelação da majestade divina, e por algum tempo mesmo Mehshuah (Moisés) não pode entrar ali.

Com profunda emoção o povo viu a indicação de que a obra de suas mãos fora aceita. Não houve ruidosas manifestações de regozijo. Temor solene repousava sobre todos. Mas sua alegria de coração transbordou em lagrimas de regozijo, e murmuravam em voz baixa ardorosas palavras de gratidão de que Yahuh houvesse condescendido em habitar com eles.

Por determinação de Yahuh, a tribo de Levi foi separada para o serviço do Mishkan (santuário). Nos tempos primitivos cada homem era o sacerdote de sua própria casa. Nos dias de Avrahan (Abraão), o sacerdócio era considerado direito de primogenitura do filho mais velho. Agora, em lugar dos primogênitos de todo o Yahshurul (Israel), o Soberano aceitou a tribo de Levi para a obra do Mishkan (santuário).
O sacerdócio, todavia, ficou restrito a família de Ahan (Arão). A este e seus filhos, somente, permitia-se ministrar perante o Soberano; o resto da tribo estava encarregada do cuidado do Mishkan (tabernáculo) e de seu aparelhamento, e deveria auxiliar os kohanim (sacerdotes) em seu serviço, mas não deveria sacrificar, queimar incenso, ou ver as coisas sagradas antes que estivessem cobertas.

De uma raça de escravos, o povo adorador de Yahuh, haviam sido exaltados acima de todos os povos, para serem o tesouro peculiar do Rei dos reis.

A Mehshuah (Moisés), perante a sarça ardente, foi determinado que tirasse as sandálias, porque a terra em que estava era sagrada. Semelhantemente os kohanim (sacerdotes) não deveriam entrar no Mishkan (santuário) com sapatos nos pés. Partículas de pó, profanariam o lugar sagrado. Também lavavam tanto as mãos como os pés, antes de entrarem no Mishkan (tabernáculo), ou no altar dos holocaustos.

VESTES:

As vestes tanto do sacerdote como as do sumo sacerdote eram especiais, era de linho alvo, e tecida em uma só peça. Estendia-se até quase aos pés, e prendia-se a cintura por um cinto branco de linho, bordado de azul, purpura e vermelho. Um turbante de linho, ou mitra, completava seu traje exterior.
As vestes do sumo sacerdote eram de custoso material e de bela confecção, em conformidade com a sua elevada posição. Em acréscimo ao traje de linho do sacerdote comum, usava uma vestimenta de azul, também tecida em uma única peça. Ao longo das franjas era ornamentada com campainhas de ouro, e romãs de azul, purpura e escarlate. Por sobre isso estava o éfode, uma vestidura mais curta, de ouro, azul, purpura, escarlate e branco. Era preso por um cinto das mesmas cores, belamente trabalhado. O éfode não tinha mangas, e em suas ombreiras bordadas de ouro achavam-se colocadas duas pedras de ônix, que traziam os nomes das doze tribos de Yahshurul (Israel).
Sobre o éfode estava o peitoral, a mais sagrada das vestimentas sacerdotais. Este era do mesmo material que o éfode. Era de forma quadrada, media um palmo, e estava suspenso dos ombros por um cordão de azul, por meio de argolas de ouro. As bordas eram formadas de uma variedade de pedras preciosas, as mesmas que formam os doze fundamentos da cidade de Yahuh. Dentro das bordas havia doze pedras engastadas de ouro, dispostas em fileiras de quatro, e como as das ombreiras, tendo gravados os nomes das tribos. As instruções do Soberano foram:

“Ahan (Arão) levara os nomes dos filhos de Yahshurul (Israel) no peitoral do juízo sobre o seu coração, quando entrar no Mishkan (santuário), para memoria diante do Soberano continuamente”. Êxodo 28:29.
A direita e a esquerda do peitoral havia duas grandes pedras de grande brilho. Estas eram conhecidas por Urim e Tumim. Por meio delas fazia-se saber a vontade de Yahuh pelo sumo sacerdote. Quando se traziam perante o Ulhim questões para serem decididas, uma aureola de luz que rodeava a pedra preciosa a direita, era sinal do consentimento ou aprovação, ao passo que uma nuvem que ensombrava a pedra a esquerda, era prova de negação ou reprovação.

A mitra do sumo sacerdote consistia no turbante de alvo linho, tendo presa ao mesmo, por um laco de azul, uma lamina de ouro que trazia a inscrição: “Santidade ao Soberano”. Êxodo 28:36.
 Todas as coisas ligadas ao vestuário e conduta dos kohanim (sacerdotes) deviam ser de molde a impressionar aquele que as via, dando-lhe uma intuição da santidade de Yahuh, santidade de Seu culto, e pureza exigida daqueles que iam a Sua presença.

Não somente o Mishkan (santuário) em si mesmo, mas o serviço dos kohanim (sacerdotes), deviam servir “de exemplar e sombra das coisas celestiais”. Hebreus 8:5. Assim, foi isto de grande importância; e o Soberano, por meio de Mehshuah (Moisés), deu a mais definida e explicita instrução concernente a cada ponto deste ritual típico.

O SERVIÇO

O serviço no santuário consistia em duas partes: um serviço diário e outro anual.
O cerimonial diário era efetuado no altar dos holocaustos, no pátio do Mishkan (Tabernáculo), bem como no lugar sagrado; ao passo que o rito anual o era no Lugar Kadoshim (lugar santíssimo).


O culto cotidiano consistia no holocausto da manhã e da tarde, na oferta de incenso suave no altar de ouro, e nas ofertas especiais pelos pecados individuais. E também havia ofertas para os sábados, luas novas e solenidades especiais.

Toda manhã e tarde, um cordeiro de um ano era queimado sobre o altar, com sua apropriada oferta de manjares, simbolizando assim a consagração diária da nação a Yahuh, e sua constante necessidade do sangue expiatório de Mashyah. Yahuh ordenara expressamente que toda oferta apresentada para o ritual do Mishkan (santuário) fosse “sem mácula”. Êxodo 12:5. Os kohanim (sacerdotes) deviam examinar todos os animais levados para sacrifício, e rejeitar todo aquele em que se descobrisse algum defeito. Apenas uma oferta “sem mácula” poderia ser um símbolo da perfeita pureza dAquele que Se ofereceria como “um cordeiro imaculado e incontaminado”. 1 Pedro 1:19.


HORA DO SACRIFÍCIO

Quando os kohanim (sacerdotes), pela manhã e à tardinha, entravam no lugar santo a hora do incenso, o sacrifício diário estava pronto para ser oferecido sobre o altar, fora, no pátio. Estas horas eram consideradas sagradas, e, por toda a nação judaica, vieram a ser observadas como um tempo reservado para a adoração. E, quando, em tempos posteriores, os yahud (judeus) foram espalhados como cativos em países distantes, ainda naquela hora designada voltavam o rosto para Yahshalaym (Jerusalém) e proferiam suas petições ao Yahuh. Os netzarim tem aí um exemplo para a oração da manhã e da noite. Conquanto Yahuh condene um mero ciclo de cerimonias, sem o espirito de adoração, olha com grande prazer aqueles que O amam, prostrando-se de manhã e à noite, a fim de buscar o perdão dos pecados cometidos e apresentar seus pedidos de bênçãos necessitadas.
Os lechem hapanayim (pães da proposição) eram conservados sempre perante o Soberano como uma oferta perpetua. Tanto o maná como o pão da proposição apontavam para Mashyah, o pão vivo, que sempre está na presença de Yahuh por nós. Ele mesmo disse: “Eu sou o pão vivo que desceu do Céu”. Joao 6:48-51.

O incenso era posto sobre os pães. O pão era retirado cada shabat, para ser substituído por outro, fresco, o incenso era queimado sobre o altar, em memória, perante Yahuh.

A parte mais importante do ministério diário era a oferta efetuada em prol do indivíduo. O pecador arrependido trazia a sua oferta a porta do Mishkan (tabernáculo) e, colocando a mão sobre a cabeça da vítima, confessava seus pecados, transferindo-os assim, figuradamente, de si para o sacrifício inocente. Pela sua própria mão era então morto o animal, e o sangue era levado pelo sacerdote ao lugar santo e aspergido diante do véu, atrás do qual estava a arca que continha a lei que o pecador transgredira.

Por esta cerimônia, mediante o sangue, o pecado era figuradamente transferido para o Mishkan (santuário).
Ambas as cerimonias simbolizavam semelhantemente a transferência do pecado, do penitente para o Mishkan (santuário). Tal era a obra que dia após dia continuava, durante o ano todo. Os pecados de Yahshurul (Israel), sendo assim transferidos para o Mishkan (santuário), ficavam contaminados os lugares santos, e uma obra especial se tornava necessária para sua remoção. Yahuh ordenara que se fizesse kaparah (expiação) por cada um dos compartimentos sagrados, assim como pelo altar, para o purificar “das imundícias dos filhos de Yahshurul (Israel) ”, e o santificar. Levitico 16:19.

DATA

Uma vez ao ano, no grande dia da kaparah (expiação), o sacerdote entrava no lugar kadoshim (lugar santíssimo) para a purificação do Mishkan (santuário). O cerimonial ali efetuado completava o ciclo anual do ministério.      

Nenhum olho mortal a não ser o do sumo sacerdote devia ver o compartimento interno do Mishkan – Lugar kadoshim. O Cohen Gadol, o sumo sacerdote entrava apenas uma vez ao ano lugar mais sagrado do Mishkan, e isto depois da mais cuidadosa e solene preparação. Apenas no dia 10 do sétimo mês, dias contados a partir da lua nova. Se acaso entrasse em outro dia, morreria imediatamente. Com tremor entrava perante Yahuh, e o povo, com reverente silencio, aguardava a sua volta, tendo erguido o espirito em oração fervorosa pela benção divina. Diante do propiciatório o sumo sacerdote fazia kaparah (expiação) por Yahshurul (Israel); e na nuvem de esplendor Yahuh se encontrava com ele. Sua demora ali, além do tempo costumeiro, enchia-os de receio de que, por causa de seus pecados ou dos dele, houvesse sido morto pelo esplendor do Soberano.


No Yom Kippur (dia da expiação) dois bodes eram trazidos a porta do Mishkan (tabernáculo), e lançavam-se sortes sobre eles, “uma sorte pelo Soberano, e a outra sorte pelo bode emissário”. O bode sobre o qual caia a primeira sorte deveria ser morto como oferta pelos pecados do povo. E o sacerdote deveria levar seu sangue para dentro do véu, e aspergi-lo sobre o propiciatório. “Assim fara kaparah (expiação) pelo Mishkan (santuário) por causa das imundícias dos filhos de Yahshurul (Israel) e das suas transgressões, segundo todos os seus pecados; e assim fara para a tenda da congregação que mora com eles no meio das suas imundícias”. Levitico 16:16.

O SIMBOLISMO

A porta do tabernáculo colocava as mãos sobre a cabeça do bode emissário e confessava sobre ele “todas as iniquidades dos filhos de Yahshurul (Israel), e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados”, pondo-as sobre a cabeça do bode. E, assim como o bode que levava esses pecados era enviado dali; tais pecados, juntamente com o bode, eram considerados separados do povo para sempre.

Este era o cerimonial efetuado como “exemplar e sombra das coisas celestiais”. Hebreus 8:5.
Como foi declarado, o Mishkan (santuário) terrestre fora construído por Mehshuah (Moisés), conforme o modelo a ele mostrado no monte. Era uma figura para o tempo então presente, no qual se ofereciam tanto dons como sacrifícios; seus dois lugares santos eram “figuras das coisas que estão no Céu” (Hebreus 9:9, 23); Mashyah, nosso grande Sumo Sacerdote, é o que está no verdadeiro Mishkan, o qual o Soberano fundou, e não o homem”. Hebreus 8:2.

Em visão concedida a Yahchanam (João) uma vista do templo de Yahuh no Céu, contemplou ele ali “sete lâmpadas de fogo” (Apocalipse 4:5) que ardiam diante do trono. Viu um Anjo, “tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono”. Apoc.8:3.
Com isto permitiu-se ao profeta ver o primeiro compartimento do Mishkan (santuário) celestial; e viu ali as “sete lâmpadas de fogo” e o “altar de ouro” representados pelo menorah (castiçal) de ouro e o altar de incenso no Mishkan (santuário) terrestre. Novamente, “abriu-se no Céu o templo de Yahuh” (Apocalipse 11:19), e ele olhou para dentro do véu interno, no santo dos santos. Ali viu a “arca do Seu concerto”, representada pelo escrínio sagrado construído por Mehshuah (Moisés) a fim de conter a lei de Yahuh.
 “O Mishkan (tabernáculo) da terra era “figuras das coisas que estão no Céu”. Hebreus 9:21, 23, morada do Rei dos reis, onde milhares de milhares O servem, e milhões de milhões estão diante dEle (Dan. 7:10),

Nos céus está o Templo repleto do esplendor do trono do Eterno, onde serafins, seus guardas resplandecentes, velam o rosto em adoração; sim, desse templo, nenhuma estrutura terrestre poderia representar a vastidão e esplendor. Todavia, importantes verdades relativas ao Mishkan (santuário) celestial e a grande obra ali prosseguida em prol da redenção do homem, deveriam ser ensinadas pelo Mishkan (santuário) terrestre e seu cerimonial.

Depois de Sua ascensão, nosso Salvador iniciaria Sua obra como nosso Sumo Sacerdote. Diz Shaul (Paulo): “Mashyah não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo Céu, para agora comparecer por nos perante a face de Yahuh”. Hebreus 9:24.

Assim como o ministério de Mashyah devia consistir em duas grandes divisões, ocupando cada uma delas um período de tempo e tendo um lugar distinto no Mishkan (santuário) celeste, semelhantemente o serviço típico consistia em duas divisões—o serviço diário e o anual—e a cada um deles era dedicado um compartimento do Mishkan (tabernáculo).

Assim como Mashyah, por ocasião de Sua ascensão, compareceu a presença de Yahuh, a fim de pleitear com Seu sangue em favor dos crentes arrependidos, assim o sacerdote, no ministério diário, aspergia o sangue do sacrifício no lugar santo em favor do pecador.

O sangue de Mashyah, ao mesmo tempo que livraria da condenação o pecador arrependido, não cancelaria o pecado; este ficaria registrado no Mishkan (santuário) até o dia do Yom Kippur, o cerimonial típico, quando sangue da oferta pelo pecado removia do penitente o pecado, mas este permanecia no Mishkan (santuário) até ao dia da kaparah (expiação).

No grande dia da paga final, os mortos devem ser “julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras”. Apoc. 20:12. Então, pela virtude do sangue expiatório de Mashyah, os pecados de todo o verdadeiro arrependido serão eliminados dos livros do Céu. Assim o Mishkan (santuário) estará livre ou purificado, do registro de pecado. No tipo, esta grande obra de kaparah (expiação), estava representada pelas cerimonias do Yom Kippur.

Visto que Satanás e o originador do pecado, o instigador direto de todos os pecados que ocasionaram a morte do Filho de Yahuh, exige a justiça que Satanás sofra a punição final. A obra de Mashyah para a redenção dos homens e purificação do Universo da contaminação do pecado, encerrar-se-á pela remoção dos pecados do santuário celestial e deposição dos mesmos sobre Satanás, que cumprira a pena final.


Assim no cerimonial típico, o ciclo anual do serviço encerrava-se com a purificação do Mishkan (santuário) e confissão dos pecados sobre a cabeça do bode emissário. Estas figuras ensinava o povo cada dia as grandes verdades relativas a morte e obra do Mashyah, e uma vez ao ano sua mente era transportada para os acontecimentos finais do grande conflito entre Mashyah e Satanás, e para a final purificação do Universo, de pecado e pecadores. 

Pesquisado em - Patriarcas e Profetas

Diná Soares

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